segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Carnaval em Candelária 2001

740 km rodados em 4 dias. 95 litros de gasolina. 15 litros de água. 10 litros de refrigerante. Asfalto, estradas de terra, trilhas com erosões, rios, lama, grutas, pontes históricas, cachoeiras, frutas exóticas e muito mais. Foi uma expedição completa, que incluiu trechos de trilha a pé e de jipe, leves e difíceis. Muita emoção e adrenalina. Morros com mais de 560 metros de altura. Vistas fascinantes.


Partida: no primeiro plano o 3x4, no segundo o Stanislau com Miriam, Rui e
Luciano, ao fundo o Submarino com Rosi e Fábio.
Neste carnaval, a turma do Niva Clube do Rio Grande do Sul, composta por Fabio e Rosi no Submarino (Niva 95), Luciano e Carol no 3x4 (Niva 90) e Rui e Miriam no Stanislau (Niva 91) decidiram fazer o contrario do que a maioria faz. Ao invés de ir pular carnaval ou desfilar na avenida, fomos nos meter no meio da natureza para desbravar o desconhecido e interagir com o planeta que nos acolhe.

Subida do Cerro Botucaraí. Tá achando íngreme? É mais!!!!
Saímos de Porto Alegre no sábado pela manhã. Nos encontramos no posto do Laçador as 9:30 h e seguimos em direção à Candelária. Chegamos ao nosso destino por volta das 12:30 h, quando um almoço típico interiorano já nos esperava. Almoçamos arroz com galinha caipira e salada de batata regado a cerveja da Colônia, descansamos um pouco e lá pelas 14:30 h já saiamos em direção ao morro Botucaraí.

Topo do morro. Dá pra ver looooonnnnggggeeeee!
O morro Botucaraí teve esse nome a partir da palavra Ibiti Caraí, que para os índios significava Morro Santo, o que já mostra o certo misticismo que tem o lugar. O morro tem 570 m de altura, sendo considerado o pico isolado mais alto do RS. Chegamos a base do mesmo de jipe e a partir dali seria a pé. Uma subida forte, bem íngreme e cansativa. Mas a vista do alto realmente valia a pena. Destaque aqui para a Pedra da Coragem. Uma pedra distante 1 m do Morro, onde pode-se pular em cima dela, mas a queda em todos os lados é da altura do morro inteiro.



Aqueduto: História sobre pedras.
No domingo fomos ver alguns pontos históricos da cidade. Começamos pelo Aqueduto. Uma construção de 1870 com 304 metros de comprimento e 79 arcos, construída para escoamento de água.



Ponte do Império: Construção sólida!
Depois fomos para a Ponte do Império, construída em 1879. Uma ponte de pedra, muito bonita, que passa por cima do Rio Passa Sete.



Ponte Pencil: Se pode balançar, porque ser fixa?
Vimos também a Calçada, que é um calçamento da mesma época feito sobre o morro em frente a ponte, para facilitar o transporte de Erva-mate pela serra. No alto deste morro, destaque para a Pedra da Índia, onde se pode admirar uma magnifica vista do Vale do Rio Pardo. Após, fomos para a Fenda. É uma rachadura na pedra, com cerca de 70 cm a 1 m de largura e uns 20 m de comprimento, como uma caverna. E com morcegos! O detalhe é que só descobrimos os morcegos depois de entrar até o fundo da fenda no escuro e daí sim ascender a lanterna. Aí teve gente correndo e muita emoção! Principalmente, quando o Rui tentou conversar com um dos inquilinos do lugar mas este acordou meio mal humorado....


Calçada: e você reclama do calçamento de hoje, né?

Refeitos do susto, fomos almoçar e a tarde iniciamos a procura da Gruta do Quilombo. Esta gruta fica localizada na vila do Quilombo, com esta denominação pois ali existira um quilombo antigamente. É uma gruta muito grande, da para colocar mais de 6 jipes lá dentro sem problemas. O problema seria encontrar a trilha que leva de jipe até a gruta, pois eu só conhecia a que ía a pé. Fomos então explorar as estradas e entradas. Após muita subida de morro, a estrada começou a ficar ruim. Sinal que estávamos perto. Até um local onde foi necessário pararmos para retirar pedras do meio da trilha, pois não era possível ultrapassa-las. Força, empurra, puxa, e tiramos 3 pedrões do meio do caminho. E seguimos pelo barro. Agora complicou. Chegamos a uma trifurcação. Optamos pela esquerda. Mais uns metros e outra trifurcação. Agora era mais complicado. Já estávamos passando do local. Então optamos pela direita. Fui na frente. Era um subidão com barro. Só que bloqueado e reduzido, chegou um trecho onde o carro começou a patinar e sair de lado. Paramos e resolvemos caminhar para ver se seria por ali, pois o penhasco ao lado não era convidativo.



Interior da Gruta do Quilombo. Formação estranha, não?

Achamos uma casa no caminho da esquerda, que nos indicou que o caminho correto seria ter pego, na primeira trifurcação, o caminho da esquerda. Voltamos então para lá. E ali tinha outra subidinha embarrada e íngreme. Mas nesta conseguimos subir sem problemas. Mas, como não poderia deixar de ser, 500 m adiante, outra trifurcação. Agora com duas subidas bem difíceis e uma descida com bois. Pela nossa localização, o caminho correto parecia ser a descida, mas, por causa dos bois nela, tivemos que deixar os jipes ali e seguir a pé para verificar o caminho. Uns 500 m abaixo e lá estava a gruta. Era bem grande. E bonita. Batemos algumas fotos, e voltamos aos jipes para pegar o "atalho" de volta. O atalho seria uma descida por um outro caminho, que passava através de plantações e na borda dos morros.

Olha o 3x4 se exibindo aí!
Fomos lá então. O caminho com erosões e mato alto, mais alto que a frente do Niva. Mal dava para ver onde estávamos andando. Os outros pensavam, "onde será que ele (Fábio) esta nos enfiando??". E o caminho não melhorava nem um pouquinho. Cada vez pior com mais erosões. Mas eu tinha certeza que o caminho era aquele. Descidas e mais descidas, erosões e mais erosões, até que lá embaixo avistamos a estrada de terra que nos levaria de volta para casa.



Caminhos desconhecidos....



O mais difícil é enfrentar o desconhecido, mesmo que pareça fácil!

Cascatas! Precisa dizer alguma coisa?

Confraternização com o pessoal do Jipe Clube Candelária. Valeu!


O pessoal tava mesmo afim dum banho refrescante!


Vista do sítio de hospedagem. Ao fundo à direita o Botucaraí.


As vezes tem que molhar os pezinhos....


Sábado: Subida ao Botucarai
Domingo: Aqueduto, Ponte do Império, Pedra da Índia, Fenda, Gruta do Quilombo e trilha do Quilombo
Segunda: trilha do Passa Sete e Vale das Cascatas
Terça: Morro da Linha do Rio e Trilha da Varzea do Rio Pardo.

Um comentário:

pl disse...

Olá Luciano:

Podes me passar as coordenadas da Gruta do Quilombo, por favor? Pode ser para o email paleotocas@gmail.com.
Obrigado,
Heinrich Frank